As conseqüências do passar dos anos são inevitáveis: os músculos enfraquecem, a visão e a audição diminuem, não podemos correr ou caminhar tão rápido quanto antes e sentimos desconfortos e dores que não tínhamos quando mais jovens. Desanimador? Nem tanto. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup nos Estados Unidos e publicada em maio deste ano mostrou que as pessoas mais velhas são mais felizes. Os pesquisadores não sabem o porquê, mas podem ocorrer tanto mudanças psicológicas na visão de mundo, como alterações biológicas na química do cérebro ou no sistema endócrino.
A pesquisa foi feita por telefone em 2008, entrevistando 340.000 pessoas de 18 a 85 anos de idade, com perguntas sobre idade e sexo, finanças pessoais, saúde e eventos do dia a dia, entre outras. Finalizando, eram feitas seis “sim ou não” perguntas sobre se as pessoas tinham experimentado, na maior parte do dia anterior, os seguintes sentimentos: prazer, felicidade, estresse, preocupação, raiva e tristeza. De uma maneira geral, as pessoas começavam sentindo-se bem aos 18 anos e a partir daí havia uma piora progressiva do seu bem estar até atingir os 50 anos. Mas, a partir dos 50, o registro é de aumento da felicidade com o passar dos anos, de forma que aos 85 as pessoas em geral sentiam-se melhor consigo mesmas que aos 18. Neste estudo, o estresse diminui a partir dos 22 anos, atingindo o menor nível aos 85. A preocupação mantém-se estável até os 50 e depois reduz significativamente. A raiva vai diminuindo a partir dos 18 anos e a tristeza atinge um pico máximo aos 50, decaindo até os 73 e subindo um pouco novamente até os 85. Prazer e felicidade apresentam curvas semelhantes: ambos decrescem gradualmente até os 50, aumentando pelos próximos 25 anos, quando, então, diminuem um pouco, mas nunca chegando ao nível mais baixo alcançado em torno dos 50. Estes resultados parecem não estar relacionados com gênero, estado civil, filhos ou atividade profissional. Como as perguntas sobre saúde não foram muito específicas nesta pesquisa, não sabemos como a doença ou incapacitação afeta a avaliação do bem estar dos mais velhos.
Seja lá o que acontece a partir dos 50 anos, se você é mais jovem e não se sente tão bem hoje como gostaria, anime-se: com o passar inexorável dos anos a tendência é melhorar!
Dra. Beatriz Bohrer do Amaral
Amei essa postagem!!! Obrigada!!!
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