sábado, 6 de novembro de 2010

O Sotaque das Mineiras


Que falar sensual e lindo das moças de Minas!!!

Que sotaque!
Se uma mineira, falando mansinho, me pedir tudo, sou capaz de perguntar: só isso?

Confesso: esse sotaque me desarma.

As mineiras têm um ódio mortal das palavras completas.
Preferem abandoná-las no meio do caminho.
Não dizem: pode parar, dizem: 'pó parar'.
Não dizem: onde eu estou? dizem: onde queu tô?
Os não-mineiros supõem levianamente que as mineiras vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.

Mineira não fala que o sujeito é competente em tal atividade. Fala que ele é bom de serviço! Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator.

Mineiras não usam o tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas  pergunta prá outra: 'cê tá boa?' Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário...

Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Uma amiga seu, se for mineira, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc)
O verbo 'mexer', para as mineiras, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

As mineiras também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta! Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: - Aqui ó, não vou dar conta de chegar na hora não, sô!

Esse "aqui ó", é outra delícia que só tem aqui. É antecedente obrigatório de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer 'olá, me escutem, por favor'.

Mineiras não dizem 'apaixonado por'. Dizem 'apaixonado com'.
Ouve-se a toda hora: 'Ah, eu apaixonei com ele...'
Ou: 'sou doida com ele' (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).

Aqui certas regras gramaticais não entram. São barradas pelas montanhas.

Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - Eu preciso de ir..
Onde as mineiras arrumaram esse 'de', aí no meio, é uma boa pergunta... 
Mas que ele existe, existe.

 A mineira não faz muitas compras, ela compra um tanto de coisa... Nada estará lotado, terá um tanto de gente. Se a fila não anda, é porque está agarrando lá na frente...
Entendeu? Agarrando!!!

A mineirinha quando vê um mendigo e fica com pena, suspira:
- Ai gente, que dó!

Se estiver apaixonado pelas mineiras... Não vem caçar confusão pro meu lado! Porque  mineiro não arruma briga, mineiro 'caça confusão'!!!
Se tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar que ele 'vive caçando confusão'.

Ah, e tem o 'nem...' . Já ouviu o 'nem...'?
Completo ele fica: - Ah, nem...(pensar).  Significa que a mineira
não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum,mezzzzzzzzmo!!!

Se você falar: Ah, fui lá comprar umas coisas...
- Ques coisa? - ela retrucará.
O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o 'que'!

E se você acusar injustamente uma mineira, ela dengosa falará:
- Ele pôs a culpa 'ni mim'.

A conjugação dos verbos tem seus mistérios em Minas...
Quando consolam elas dizem: preocupa não, bobo!

Fórmula mineira é sintética e diz tudo...

Até o tchau, em Minas, é personalizado. Ninguém diz tchau, pura e simplesmente.
Se diz: tchau pro cê, tchau pro cês!!!

Esse texto muito lindo eu recebi por email há algum tempo.
Digamos que é de autoria desconhecida. Se alguém souber quem escreveu... favor me contar! :)

Bella.

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