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sábado, 23 de outubro de 2010

Sobre Farsas - Artigo de Merval Pereira sobre os acontecimentos dos últimos dias

ARTIGO de merval pereira publicado no dia 22/10/2010.

Sobre farsas

Não satisfeito de ter transgredido todas as normas legais relativas à campanha eleitoral no afã de eleger a candidata que tirou da cartola, o presidente Lula na reta final da eleição perdeu qualquer vislumbre de constrangimento que porventura ainda tivesse e passou a fazer campanha política 24 horas por dia, antes, durante e depois do expediente oficial de presidente da República, em todas as dependências oficiais do governo.

E participou diretamente nos dois últimos dias de duas das mais vergonhosas tentativas de farsas políticas da história recente do país.

Ontem, ele se despiu dos rigores do cargo e assumiu o papel do cabo eleitoral mais energúmeno que possa haver.

(Antes que algum petista desavisado ache que estou xingando Sua Excelência, devo esclarecer que utilizo o termo energúmeno no sentido de "fanático". A palavra parece um palavrão, mas não é.

Na coluna de ontem, escrevi que Serra fora atingido por um "artefato" e houve petistas exaltados que vissem no termo um sentido alarmante que ele não tem. Usa-se a palavra para definir "qualquer objeto manufaturado". Como não sabia o que havia atingido o candidato tucano, usei a palavra. E acertei, como veremos).

Voltando ao caso, o cabo eleitoral Lula da Silva disse que a agressão sofrida por Serra era uma "mentira descarada".

Segundo ele, depois de ver imagens das redes Record e SBT, ficou convencido de que Serra fora atingido por uma bolinha de papel e seguiu caminhando por mais 20 minutos, quando recebeu um telefonema "de algum assessor da publicidade da campanha que sugeriu parar de caminhar e pôr a mão na cabeça para criar um factoide".

Para encerrar o festival de irresponsabilidades, Lula comparou o caso ao do goleiro chileno Rojas, que fingiu ter sido atingido por um rojão num jogo contra o Brasil.

Ontem, o Jornal Nacional demonstrou, com o auxílio de um perito, que quem criou um factoide com claros objetivos políticos foram as reportagens que montaram dois momentos diferentes como se fossem uma sequência, tentando desqualificar o que foi uma atitude política digna dos regimes fascistas.

Serra foi atingido, sim, por uma bobina de papel crepe (o tal "artefato") que, arremessado com força, pode provocar danos graves na pessoa atingida.

A agressividade dos cabos eleitorais petistas em si mesma já era motivo para preocupação, pois em democracias não é aceitável que grupos tentem impedir outros de se manifestar.

Desse ponto de vista, é lamentável o que ocorreu ontem em Curitiba, quando a candidata oficial foi recebida com bolas de água jogadas de cima de prédios. Se atingissem alguém, elas seriam tão perigosas quanto o "artefato" que atingiu Serra.

O que não é comparável é a origem dos dois fatos. O primeiro foi uma ação política orquestrada com a intenção de agredir o candidato oposicionista. A outra é uma irresponsabilidade.

Na quarta-feira, Lula havia anunciado para os jornalistas a conclusão de um inquérito que a Polícia Federal realizou sobre a quebra de sigilo fiscal de parentes e pessoas ligadas ao candidato da oposição José Serra.

O próprio presidente, depois de ter tentado desqualificar as denúncias sugerindo que se tratava de uma ação eleitoreira de Serra, viu-se obrigado a convocar a Polícia Federal para investigar o caso.

Soube em primeira mão o resultado do inquérito e pareceu satisfeito, tanto que anunciou aos jornalistas, sem que fosse perguntado, que a Polícia Federal iria revelar "a verdade dos fatos", que nada tinha a ver com "as versões".

De fato, a Polícia Federal retirou todo caráter político da investigação, e anunciou que o responsável pela compra dos sigilos quebrados era o jornalista Amaury Ribeiro Junior quando ainda trabalhava no jornal "Estado de Minas".

O PT passou então a espalhar a versão de que se tratava de uma briga interna dos tucanos, e que o serviço sujo fora feito para ajudar Aécio Neves na disputa interna com Serra pela indicação a candidato do partido a presidente.

A suposição era de que o jornal "Estado de Minas" mantinha estreita ligação com Aécio e designara seu repórter investigativo para devassar a vida de seu adversário.

O próprio Amaury Ribeiro Junior disse que fizera os levantamentos "para proteger Aécio", mas em nenhum momento afirmou que fora designado pelo jornal para tal tarefa, apenas insinuava o vínculo.

Não bastou que o jornal e Aécio desmentissem essa hipótese, a rede de intrigas petista passou a anunciar como verdade o "fogo amigo" tucano como gerador da quebra dos sigilos fiscais.

Pois ontem a verdade veio à tona: o jornalista não estava mais trabalhando para o "Estado de Minas" quando encomendou a quebra de sigilo dos parentes de Serra e de pessoas ligadas a ele no PSDB, e agora acusa o petista Rui Falcão, coordenador da campanha de Dilma, de ter roubado os dados de seu computador.

Esses dados, juntamente com a informação de que havia sido criado um grupo de espionagem dentro da campanha, foram vazados para a imprensa em decorrência de uma disputa de poder entre Fernando Pimentel, responsável pela contratação dessa equipe de "jornalistas investigativos" para trabalhar no "setor de inteligência" da campanha, e Rui Falcão.

Agora a Polícia Federal tem a obrigação de prosseguir nas investigações para saber quem financiou o jornalista Amaury Ribeiro Junior desde a compra dos sigilos até que surgisse oficialmente como membro da campanha dilmista no tal "setor de inteligência".

Do jeito que as coisas ficaram, a sensação é de que a Polícia Federal foi usada pelo governo para revelar, às vésperas do segundo turno da eleição, apenas informações que prejudicassem o campo oposicionista.

A nota indignada do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, repudiando o uso político das investigações, só pode ser considerada se a atitude da Polícia Federal corresponder a ela, o que não aconteceu até agora.

FONTE: Blog do Noblat - http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/10/22/sobre-farsas-334582.asp

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Lula: "Dificilmente perco essa eleição"

O mestre deu a partida
Dora Kramer
O Estado de S.Paulo, 21/10/2010

Em entrevista ao jornal espanhol El País no início deste ano, o presidente Luiz Inácio da Silva manifestou convicção na vitória. "Dificilmente perco essa eleição", disse, a despeito de o adversário à época apresentar vantagem nas pesquisas.

Lula sabia do que estava falando: da disposição de usar e abusar de todos os métodos - quase infinitos - à disposição de um presidente da República para cavar o êxito que o levaria a bater recordes históricos de transferência de votos e a lograr espaço de honra no panteão dos presidentes eleitoralmente mais bem-sucedidos do Brasil.

Para isso decretou que sua prioridade absoluta no último ano de mandato seria eleger Dilma Rousseff. Paralisou o governo, mobilizou toda a administração na perseguição dessa meta, rasgou a Constituição, violou todas as regras da boa conduta, atacou violentamente a todos que enxergou como adversários.

Tão violentamente que governadores aliados ao governo e eleitos no primeiro turno criticaram direta e abertamente o presidente, atribuindo à sua conduta agressiva a perda dos votos suficientes para eleger Dilma no dia 3 de outubro passado.

Não é de estranhar, portanto, a atitude dos manifestantes petistas que ontem agrediram o candidato José Serra durante um ato de campanha na zona oeste do Rio de Janeiro.

Em 2002 o presidente recém-eleito Luiz Inácio da Silva agradeceu ao presidente que deixava o posto, Fernando Henrique Cardoso, a correção da atitude neutra à qual atribuiu, junto com a eficiência da Justiça Eleitoral, a sua eleição.

Oito anos depois, o presidente Lula faz o oposto do que considerava o melhor para o Brasil. Desqualifica a Justiça, afronta a legislação e usa de maneira escabrosa a máquina pública; sem freios nem disfarces.

Não há outra conclusão possível: Lula só leva em conta o que é melhor para si, já que passados esses anos certamente fez a conta de que a "correção" de FH fez o antecessor não eleger o sucessor.

Como não quer correr o risco, Lula apropria-se indevidamente do patrimônio público, comete todas as infrações à sua disposição, leva o governo para a ilegalidade e ainda se vangloria como quem dissesse que vergonha é roubar e não poder carregar.

O pior para ele é que com tudo isso ainda pode perder. O melhor para o País já foi feito quando o eleitorado criou esse espaço de confrontação final. Do qual o presidente da República abusa sem nenhum escrúpulo, aparentemente com a concordância do Ministério Público.

A tropa que entrou em choque com a campanha tucana no Rio fez o que o mestre ensinou: vale tudo e mais um pouco para tentar ganhar a eleição.

Mal contada. O inquérito da Polícia Federal sobre a quebra do sigilo fiscal de várias pessoas ligadas ao tucano José Serra ainda não esclareceu de todo o caso, mas já permite uma constatação: é falsa a versão de que aquelas violações resultaram de um esquema maior de compra e venda de sigilo dentro da Receita, conclusão que o governo acha menos grave que a motivação eleitoral.

Pois bem: pelo que diz Amaury Ribeiro (o jornalista que contratou a quebra de sigilo), a razão foi política. Segundo ele, em 2009 foi a São Paulo a custa do jornal Estado de Minas, onde trabalhava à época, para recolher dados para "proteger" o então governador de Minas, Aécio Neves.

Meses depois, alguém do PT roubou dele as informações e montou um dossiê para tentar prejudicar os tucanos.

Por enquanto a história não fecha direito e, pelo já visto, pode reservar emocionantes revelações.

Por exemplo: por que o jornal Estado de Minas mandou um repórter a São Paulo coletar dados com objetivo de "proteger" o então governador? E proteger do quê, de uma ofensiva de José Serra? Quem pagou pela quebra do sigilo: o jornal, o governo do Estado ou Amaury? Se Amaury foi roubado, o que fazia na reunião com o setor de "inteligência" da pré-campanha do PT onde se negociavam as informações que viriam a fazer parte do dossiê entregue em junho de 2010 ao jornal Folha de S. Paulo?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sem Medo do Passado - Fernando Henrique Cardoso

Fernando Henrique Cardoso

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse o Estado sou eu. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote o governo do PSDB foi neoliberal e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de bravata do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI com aval de Lula, diga-se para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto neoliberalismo peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela.

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB não olhou para o social. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002;o programa Toda Criança na Escola trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o Lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

Erenice Guerra e Paulo Preto

por Bolívar Lamounier - Portal Exame

“Erros acontecem, a diferença é a atitude em relação ao erro. Investigamos e punimos” . Foi assim que Dilma Rousseff respondeu à pergunta sobre Erenice Guerra, ex-braço-direito dela na Casa Civil, ao ser entrevistada pelo Jornal Nacional.
Especificamente, os entrevistadores quiseram saber como ela pretende evitar que casos semelhantes se repitam em seu governo, se ela vier a ser eleita.
Sim, estamos na reta final para a eleição e não vivemos num mundo de anjos. Eu não sou e ninguém deve ser ingênuo a ponto de imaginar que ela fosse responder com seriedade.
“Erros acontecem”, ela sentenciou, e ato contínuo disparou contra Serra, que ao ver dela estaria acobertando o “caso Paulo Preto”.
Espertezas à parte, o assunto merece uma reflexão, e acho acertado começá-la no ponto sugerido por Dilma Rousseff : ”a diferença é a atitude em relação ao erro”.
Que existe um problema de atitude, não cabe dúvida, mas não o que a candidata governista deu a entender. Trata-se, primeiro, da gravidade e da extensão do caso Erenice ; segundo, do metódico trabalho que Lula e a campanha dilmista desenvolveram no sentido de diluir rapidamente o “caso Erenice” .
Em que consiste o caso Paulo Preto ? A “acusação” feita por Dilma Rousseff , no debate da Band, foi que um ex-assessor de Serra teria sumido com cerca de 4 milhões de reais arrecadados para a campanha tucana.
Se isso realmente ocorreu ou não, é um assunto para a polícia. A ela é que cabe apurar os fatos. Mas a própria denúncia petista já indica que o crime, se houve algum, terá ocorrido entre partes privadas.
O affair Erenice Guerra é uma questão completamente distinta ; e basta uma singela recapitulação para se perceber quão inaceitáveis têm sido até aqui as ”atitudes sobre o erro” do governo e de sua candidata .
Primeiro, Erenice Guerra não era uma parte privada, era ministra de Estado, ocupava o segundo posto mais poderoso da República, abaixo só do presidente, e trabalhava no próprio Palácio do Planalto .
Segundo, ela foi durante muitos anos assessora e braço-direito da hoje candidata Dilma Rousseff, que a trouxe do Ministério de Minas e Energia para a Casa Civil .
Terceiro, as denúncias que atingiram a ministra Erenice Guerra, assessores e membros de seu círculo familiar referem-se a práticas de intermediação de negócios com o setor público (lobby, ”propinoduto”) e nepotismo.
Quarto, o governo e a candidata reconheceram por atos e palavras a veracidade parcial ou total das referidas denúncias , tanto assim que ela foi afastada do cargo (ato) e posteriormente atirada aos leões (palavras) tanto por Dilma como pelo próprio Lula.
O apetite dos felinos começou a ser despertado por Lula. Como quem não queria nada, ele deixou escapulir numa entrevista que Erenice pusera a perder a chance de “uma brilhante carreira no serviço público”.
E Dilma, com sua habitual sutileza, afirmou, no debate do dia 12 de setembro :
“Eu tenho, até hoje, a maior e a melhor impressão da ministra Erenice. O que se tem publicado nos jornais é uma acusação contra o filho da ministra. (…) Agora, eu quero deixar claro aqui: eu não concordo, não vou aceitar que se julgue a minha pessoa baseado no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora minha”.
E assim a coisa foi indo. Percebendo o tamanho do estrago, Lula foi deixando de lado a desconversa inicial e passando ao ataque, com o evidente propósito de tirar de foco o assunto Casa Civil . No dia 21 de setembro, o jornalista Carlos Alexandre, do Correio Braziliense, fez o relato que transcrevo a seguir ; o grifo é meu.
“O calor da disputa eleitoral exacerba as contradições entre a retórica e a prática da Presidência da República e dos colaboradores da campanha de Dilma Rousseff. No palanque, Lula é a voz mais tonitruante contra a imprensa e maestro do coro para desqualificar as denúncias de que se instalou um balcão de negócios na Casa Civil sob supervisão de Erenice Guerra”.
“As decisões tomadas em consequência do escândalo, entretanto, reforçam a gravidade das acusações. Não apenas a principal assessora da candidata, mas todo o grupo envolvido foi afastado dos holofotes. Se nada houvesse de comprometedor, não haveria razão para desinfetar os gabinetes do Palácio do Planalto”.
Ao Jornal Nacional, Dilma disse que a “diferença” de atitude consiste em que José Serra estaria “acobertando” o caso Paulo Preto, ao passo que “nós investigamos e punimos”.
Nós investigamos e punimos . Será ?
Se o que Dilma tinha em mente ao fazer essa afirmação era a investigação interna do Planalto, a cargo da Comissão de Sindicância Investigativa, ela devia ter antes combinado o script com os russos.
O prazo da mencionada comissão expirou domingo . Ontem o ministro-interino Carlos Esteves Lima assinou portaria prorrogando-o por mais 30 dias. Providência oportuna, quando nada porque livra a comissão de eventuais incômodos que poderiam advir da divulgação de seus resultados antes das eleições.

Fonte: Portal Exame

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Privatização da Petrobrás 'nunca esteve em cogitação', diz FHC

Ex-presidente desmentiu declaração de Gabriellie a considerou como 'totalmente eleitoreira'

18 de outubro de 2010 | 16h 12
Gustavo Uribe, da Agência Estado

SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou nesta segunda-feira, 18, como totalmente eleitoreira a declaração do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, de que o governo FHC pretendia desmembrar e posteriormente privatizar a estatal. "Só pode ser eleitoral, não tem base nenhuma e nunca esteve em cogitação a privatização da Petrobrás", ressaltou. De acordo com o ex-presidente, ele e o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, lutaram pela Petrobrás e pela quebra do monopólio estatal no setor de petróleo. "Nós mantivemos a Petrobrás, que é uma grande companhia."

Fernando Henrique destacou ainda que em sua gestão a exploração do petróleo no País aumentou muito mais que no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Nós transformamos a Petrobrás no que ela é hoje", afirmou, antes de evento na capital em que integrantes do PV pretendem declarar apoio a Serra, entre eles Fernando Gabeira e Fabio Feldmann, ex-candidatos a governador do Rio e de São Paulo, respectivamente.

Na semana passada, Gabrielli divulgou nota acusando o governo anterior de ter preparado a Petrobrás para a privatização. "Para o governo FHC, a Petrobrás morreria por inanição. Os planos do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso eram para desmontar a Petrobrás e vendê-la", afirmou na nota, acrescentando que uma das estratégias teria sido a divisão da empresa em unidades autônomas de negócios que seriam repassadas à iniciativa privada.

Fernando Henrique também criticou a intromissão do presidente da maior estatal do País na disputa eleitoral deste segundo turno da campanha presidencial. "É lamentável que o presidente de uma empresa estatal, que ademais é mista, se meta na política dessa maneira e com injúrias e com mentiras", afirmou, lembrando que "não é a primeira que vez Gabrielli faz declaração semelhante".

Meio ambiente

O ex-presidente da República disse ter sido o primeiro a concordar com a organização ambiental Greenpeace na defesa da meta de desmatamento zero na Amazônia. "Eu acho esse fato (o apoio de integrantes do PV) agora muito importante", afirmou. "O PSDB está se comprometendo com as teses da sustentabilidade."

Perguntado se estava agindo como cabo eleitoral e pedindo apoio ao candidato Serra, FHC disse que participa da campanha dentro de limites e negou agir como o presidente Lula, que segundo ele atua como cabo eleitoral da candidata do PT, Dilma Rousseff. "Nunca fui em nenhum momento cabo eleitoral. Só dou minha opinião."

FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,privatizacao-da-petrobras-nunca-esteve-em-cogitacao--diz-fhc,626400,0.htm

O voto dos presos do Rio

O voto dos presos do Rio

Assim como em São Paulo, os presos do Rio de Janeiro também preferiram Dilma Rousseff no primeiro turno. De 478 detentos aptos, 100 escolheram a petista (65,3% dos votos válidos). Marina Silva teve 31 votos (20,2%) e José Serra, 21 (13,7%). A abstenção entre os detentos alcançou 61,1% (292 eleitores); brancos e nulos marcaram 33 votos.

Em São Paulo, Dilma teve 63,5% dos votos dos presos (830 votos); Marina, 20,65% (270 votos); e Serra, 14,38% (188 votos).

Por Lauro Jardim

Terrorismo com pesquisas de intenção de voto

19/10/2010

às 7:21

O TERRORISMO PESQUISEIRO ESTÁ DE VOLTA. E COM OS MESMOS ATORES NO MESMO PAPEL

A delinqüência está de volta. Começa hoje a safra de pesquisas eleitorais da segunda semana, puxada por este incrível Vox Populi, do mais incrível ainda Marcos Coimbra. Antes que o, digamos, “instituto” divulgasse seus resultados, a suposta diferença de 12 pontos entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra já estava em todas as bocas. Coimbra é do tipo que não esconde, vocês sabem. Eu continuo sem saber quem vai ganhar a eleição, mas Marcos Coimbra, que trabalha para o PT e é colunista de uma revista petista, diz saber.

Na quarta-feira, dia 29, três dias antes da eleição do primeiro turno, o Vox Populi dizia que Dilma venceria a disputa no primeiro turno com 12 pontos de vantagem sobre a soma dos demais concorrentes. Sim, leitor, isto mesmo! 12 pontos. E o rapaz ainda concedeu uma entrevista a um blog naquele dia:

Pergunta - Marina Silva está crescendo sobre votos de Dilma Rousseff?
Coimbra -
Não dá para dizer. Dilma cresceu tanto após o início do horário gratuito da propaganda eleitoral que roubou votos dos outros dois. Agora, esses votos estão, ao que parece, voltando para eles.

Quantos votos, de fato, Dilma precisa perder para que haja segundo turno?
Nos dados de nosso tracking (corroborados por vários outros que temos de pesquisas desenvolvidas em paralelo), a vantagem dela para a soma dos outros estava em 12 pontos percentuais ontem. Se 6 pontos passassem dela para os outros, a eleição empataria e o prognóstico de vitória no primeiro turno seria impossível. Como cada ponto equivale a mais ou menos 1,35 milhão de eleitores, isso seria igual a 8 milhões de eleitores (sem raciocinar com abstenções).
(…)
Qual o quadro que o senhor acha mais provável?
Vitória de Dilma no primeiro turno.

Coimbra é o cara que organizava aquele tracking diário para o Ig, onde o tucano José Serra chegou a aparecer com 22% dos votos. O resultado das urnas mostra a credibilidade do seu levantamento. Há uma semana, ele publicou uma simulação de segundo turno, e a diferença entre Dilma e Serra era de 8 pontos. Agora, seria de 12 nos votos totais. É simples: bastou mexer nos números do tucano dentro da margem de erro (há uma semana, teria 40%, agora 39%) e somar três pontinhos pra ela (teria ido de 49% para 51%). Atenção: segundo Coimbra, os brancos e nulos continuam em 6%, como na semana passada, e os indecisos passaram de 6% para 4%. Huuummm… Serra não só não teria ganhado nenhum indeciso (foram todos para Dilma) como ainda perdeu eleitores para a petista, entenderam? Tudo num “passe de Marcos”…

Efeito deletério
“Ah, mas todo mundo sabe que essa gente…” Não é bem assim. Pesquisas, por menos credibilidade que tenham, sempre ajudam a criar o “ambiente”. Institutos fazem lá os seus ajustes, entendem? Se considerarmos, então, o modo como as coisas estão sendo feitas no Brasil, né? Arredonda-se aqui, arredonda-se ali. Um vem com 12; o seguinte, se tiver de arredondar para chegar a uma diferença de 7 ou de 8, escolhe a diferença maior, que o aproxima mais do colega; o que vem depois, ainda que seja o honesto da turma, sente a pressão e também dá o seu “totozinho”. No fim das contas, um acaba usando o outro como o limite da sua margem de erro e, magicamente, todos acertam, ainda que todos errem.

Daqui a pouco, o jornalismo online começa a “repercutir”, como eles dizem, os números do Vox Populi. Quem, a três dias da eleição, afirmava uma diferença a favor de Dilma de 12 pontos sobre a soma dos demais candidatos precisa é ser investigado em vez de ser levado a sério.

Mas Marcos Coimbra está de volta. Afinal, é essa a sua profissão.

Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pastor Silas Malafaia: A Verdade Sobre o 2º Turno das Eleições 2010

Mentiras do PT sobre a Era FHC

A Dilma vive reclamando que várias calúnias são perpetradas contra ela na TV.
Por se incomodar tanto com as VERDADES que são ditas a seu respeito nos Programas Político-Partidários e propagandas/vinhetas, ela resolveu fazer EXATAMENTE aquilo de que ela acusa o seu oponente: propagar mentiras.
São tantas, mas TANTAS mentiras que seu programa de TV já está até SURREAL.

Todos que tem mais de 20 anos se lembram como o Brasil era antes de Fernando Henrique assumir o poder. Todos sabem que nenhuma das mudanças observadas no Brasil de HOJE seriam possíveis se não fossem as modificações feitas por FHC em seu mandato, no combate à inflação e na geração de empregos.
É muito feio sujar a imagem das pessoas, principalmente daquelas que tiveram suma importância na estabilização da economia brasileira.

Segue abaixo tudo de BOM que o Fernando Henrique proporcionou ao Brasil.
Se houver interesse em algum dos tópicos, é só clicar.


Sumário / Apresentação
O País avançou e a vida do brasileiro mudou
A Rede de Proteção Social, fazer mais para quem precisa mais
Cartão do Cidadão: ajudar sem humilhar
Projeto Alvorada: ação onde o Brasil é mais pobre
Educação para Todos
A Revolução da Saúde
A maior reforma agrária do mundo contemporâneo
O desafio da expansão do emprego
Comunidade Solidária: parcerias contra a pobreza
Casa própria para 2 milhões de famílias
Expansão cultural com parcerias e incentivos fiscais
Meio Ambiente: compromisso com a vida
Direitos Humanos: resgate da dignidade
Segurança contra o crime e a violência
Combate à Corrupção
Em defesa dos cofres públicos
Ciência & Tecnologia para o desenvolvimento
Os programas estratégicos que preparam o País para o futuro
Uma política econômica de combate às desigualdades sociais
Privatizações melhoram os serviços públicos
Comunicações para o terceiro milênio
Desenvolvimento e Comércio Exterior
Agropecuária: sempre uma safra de boas notícias
Transportes: os novos caminhos do desenvolvimento
A verdade sobre a origem da dívida pública brasileira
Previdência Social dá impulso à redistribuição de renda
Energia: aprendendo com a crise
Desenvolvimento regional
A decolagem do turismo
Política externa
Defesa: mais proteção para a amazônia