sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Preço do Discernimento

Fato é que muitos dos escritos que recebemos, com conteúdo verdadeiro ou não, nos levam a refletir e fazer uma leitura do contexto em que nos encontramos, ainda que de modo profano, pois muitos não temos a formação técnica para discutir esta ou aquela questão em particular. É claro que esta leitura que fazemos nem sempre, ou na maioria das vezes, será a mais correta ou a mais sensata, mas não deixa de espelhar as impressões que cada um tem da realidade que o cerca.


Muitas apologias têm sido feitas ao atual governo e sua política, mas a pretexto de uma “melhora” significativa das condições sociais tem-se relativizando valores que já são muito frágeis na sociedade brasileira como a ética e a moral.


Se por um lado é divulgado que milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza, e não duvide disso, já que bem ou mal houve uma incipiente distribuição de renda, não menos verdade é a fortuna distribuída pelo mesmo governo através de contratos públicos celebrados com o “lobby” daqueles que freqüentam as “Casas” do governo e que têm ligação direta ou indireta com os “legítimos” representantes do povo.


Isso sem falar ainda dos empréstimos vultosos que são ofertados através do BNDES que favorece não aqueles “miseráveis” cujos votos são tidos por desqualificados, mas aos grandes empresários de influência junto à política, já que nunca se ouviu dizer que aquele banco que deveria financiar o desenvolvimento tenha emprestado dinheiro para os mais desvalidos. Muito pelo contrário, os empréstimos são oferecidos para aqueles que se associam aos interesses do governo. “Nunca na história deste país” arrecadou-se tanto com impostos e emprestou-se tanto dinheiro do pobre para os mais abastados.


Na realidade este governo revisita a política de Getúlio Vargas, ou seja, o que se tem é o Presidente “pai dos pobres e mãe da burguesia”. Embora isso seja um clichê, ainda sim reflete a realidade, como outro lugar comum que muito se adapta ao presente caso: a política do “pão e circo”. O povo sendo saciado em sua miséria não percebe a política deletéria feita pelos que os alimentam.


Se o atual governo teve uma atitude louvável foi manter a política econômica que os governos anteriores já haviam começado. Bem é verdade que em cada um destes governos anteriores igualmente tiveram seus escândalos de corrupção. Entretanto, não fosse o ex-presidente Collor abrir o mercado nacional para os produtos externos, ainda estaríamos dirigindo “verdadeiras carroças”; se não fosse o Plano Real (governo Itamar Franco) não teríamos estabilidade monetária que o atual governo não considera como determinante para manter baixa a inflação; ou ainda, se no governo FHC não tivesse ocorrido a privatização das telecomunicações este setor não teria evoluído como evoluiu a ponto de: em 1994 tínhamos apenas 15 milhões de acessos telefônicos e que em julho de 2008 já eram 173,1 milhões, ou seja, o telefone era privilégio de apenas 13 em cada 100 pessoas, enquanto 10 anos depois passou para quase 91.


Esta digressão não representa apologia a qualquer um destes governos, mas serve apenas para demonstrar que política não se faz em 8 (oito) anos, como quer fazer crer o excelentíssimo senhor presidente. Quando ele fala parece que antes dele nada existia, mas depois que assumiu o poder tudo foi feito, como se fosse ele o próprio Deus que criou o Brasil do nada. Esqueceu-se, porém, de um princípio filosófico, “ex nihilo nihil fit”, ou seja, nada surge do nada.


O atual presidente teve sua oportunidade de fazer diferente. Mas, do alto de seu ego inchado pelos excessivos elogios ao torneiro mecânico que chegou ao poder, esqueceu-se de tudo o que defendia antes de conquistar as urnas. Assim que subiu no degrau mais alto do Pritaneu tratou logo de chamar os seus companheiros para com ele governar, e quando escândalos surgiram foi acometido de súbito por uma amnésia, ou pior, por um desconhecimento total do que se passava literalmente “debaixo de suas barbas”.


Todavia, mesmo que tivesse colocado tudo o que defendia em prática de nada valeria, pois o modelo marxista que aqui defendiam está superado à muito tempo, ou melhor, é uma ideologia natimorta, mas que ainda teima em resistir em alguns cantões, principalmente na América Latina.


É fácil colher os frutos em um terreno que foi arado, adubado, plantado e irrigado , onde o trabalho que se teve foi quiçá podar os ramos, mas infelizmente a mesma mão que colheu os frutos levou para à árvore a erva daninha da corrupção, do clientelismo, do patrimonialismo e outros “ismos” mais.


Enfim, o importante é não ficarmos passivos diante das situações erradas que vivenciamos. E quanto aos erros!? Todos cometemos, mas perseverar no erro é tão pior quanto cometê-los e se podemos fazer alguma coisa para evitar um mal maior,devemos agir assim. Do contrário, corremos o risco de num futuro próximo nada poder contra-argumentar quando formos indagados acerca do que fizemos ou deixamos de fazer para transformar o nosso país em um lugar melhor para se viver.


Quanto ao preço do discernimento..., creio que este pode ser alcançado em sua forma mais plena, mas não exclusiva, através da busca pelo conhecimento, em uma relação diretamente proporcional. Neste caso, o nosso presidente se encontra despido do mesmo, já que nunca nutriu interesse algum pela leitura.

(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=521FDS001)


Texto que recebi por email, de um amigo.
Abraço,
Bella.

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